Os enviados do Infinito falaram, na China milenária, da celeste figura
do Salvador, muitos séculos antes do advento de Jesus. Os iniciados do
Egito esperavam-no com as suas profecias. Na Pérsia, idealizaram a sua
trajetória, antevendo-lhe os passos nos caminhos do porvir; na Índia
védica, era conhecida quase toda a história evangélica, que o sol dos
milênios futuros iluminaria na região escabrosa da Palestina, e o povo de
Israel, durante muitos séculos, cantou-lhe as glórias divinas, na exaltação
do amor e da resignação, da piedade e do martírio, através da palavra de
seus profetas mais eminentes.
Uma secreta intuição iluminava o espírito divinatório das massas
populares.
Todos os povos O esperavam em seu seio acolhedor; todos O
queriam, localizando em seus caminhos a sua expressão sublime e
divinizada. Todavia, apesar de surgir um dia no mundo, como Alegria de
todos os tristes e Providência de todos os infortunados, à sombra do trono
de Jessé, o Filho de Deus em todas as circunstâncias seria o Verbo de Luz
e de Amor do Princípio, cuja genealogia se confunde na poeira dos sóis
que rolam no Infinito.
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