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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Estudo do Evangelho

— Lá na Espanha — explicou a jovem delica­damente — líamos apenas um versículo de cada vez e êsse mesmo, não raro, fornecia cabedal de exame e iluminação para outras noites de estudo. Chegamos à conclusão de que o Evangelho, em sua expressão total, é um vasto caminho ascensional, cujo fim não poderemos atingir, legitimamente, sem conhecimento e aplicação de todos os detalhes. Muitos estudiosos presumem haver alcançado o têr­mo da lição do Mestre, com uma simples leitura vagamente raciocinada. Isso, contudo, é êrro grave. A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, medi­tada, sentida e vivida. Nesta ordem de aquisições, não basta estar informado. Um preceptor do mun­do nos ensinará a ler; o Mestre, porém, nos ensina a proceder, tornando-se-nos, portanto, indispensável a cada passo da existência. Eis por que, excetua­dos os versículos de saudação apostólica, qualquer dos demais conterá ensinamentos grandiosos e imor­redouros, que impende conhecer e empregar, a be­nefício próprio.


Livro Renúncia, Emmanuel

A Vinda do Messias

Os enviados do Infinito falaram, na China milenária, da celeste figura

do Salvador, muitos séculos antes do advento de Jesus. Os iniciados do

Egito esperavam-no com as suas profecias. Na Pérsia, idealizaram a sua

trajetória, antevendo-lhe os passos nos caminhos do porvir; na Índia

védica, era conhecida quase toda a história evangélica, que o sol dos

milênios futuros iluminaria na região escabrosa da Palestina, e o povo de

Israel, durante muitos séculos, cantou-lhe as glórias divinas, na exaltação

do amor e da resignação, da piedade e do martírio, através da palavra de

seus profetas mais eminentes.

Uma secreta intuição iluminava o espírito divinatório das massas

populares.

Todos os povos O esperavam em seu seio acolhedor; todos O

queriam, localizando em seus caminhos a sua expressão sublime e

divinizada. Todavia, apesar de surgir um dia no mundo, como Alegria de

todos os tristes e Providência de todos os infortunados, à sombra do trono

de Jessé, o Filho de Deus em todas as circunstâncias seria o Verbo de Luz

e de Amor do Princípio, cuja genealogia se confunde na poeira dos sóis

que rolam no Infinito.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

VIVER PELA FÉ

“Mas o justo viverá pela fé.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 1,

versículo 17.)


Na epístola aos romanos, Paulo afirma que o justo viverá pela fé.

Não poucos aprendizes interpretaram erradamente a assertiva.

Supuseram que viver pela fé seria executar rigorosamente as cerimônias

exteriores dos cultos religiosos.

Freqüentar os templos, harmonizar-se com os sacerdotes, respeitar a

simbologia sectária, indicariam a presença do homem justo. Mas nem sempre

vemos o bom ritualista aliado ao bom homem. E, antes de tudo, é necessário

ser criatura de Deus, em todas as circunstâncias da existência.

Paulo de Tarso queria dizer que o justo será sempre fiel, viverá de modo

invariável, na verdadeira fidelidade ao Pai que está nos céus.

Os dias são ridentes e tranqüilos? tenhamos boa memória e não

desdenhemos a moderação.

São escuros e tristes? confiemos em Deus, sem cuja permissão a

tempestade não desabaria. Veio o abandono do mundo? o Pai jamais nos

abandona. Chegaram as enfermidades, os desenganos, a ingratidão e a

morte? eles são todos bons amigos, por trazerem até nós a oportunidade de

sermos justos, de vivermos pela fé, segundo as disposições sagradas do Cristianismo.



Emmanuel - Caminho Verdade e Vida


Linguagem e mensagem

Com a fé como lupa ou grelha de leitura, os escritores sagrados falam da origem e do sentido das coisas. A sua informação é empírica, não científica. Escrevem nos géneros literários do seu tempo. Servem-se de lendas e mitos da Suméria, da Babilónia e de Ugarit, purificando-os de conceitos incompatíveis com aquela fé. Por isso, ao ler um texto da Bíblia, é preciso ter em conta o género literário em que foi escrito. Senão, geram-se equívocos e fazem-se falsas leituras da Palavra de Deus.

Por exemplo: os primeiros capítulos do Genesis são um poema catequético. Não temos aí uma explicação científica da origem do mundo e do ser humano, nem podemos encontrar contradição entre o seu esquema literário da criação em seis dias e a explicação científica da evolução através das idades. Não é a sua linguagem nem a sua mensagem. O poeta/catequista quer apresentar ao trabalhador crente o modelo de Deus, para que também ele, após uma semana laboral, dedique um dia in/útil ao encantamento e contemplação das criaturas, à fruição e partilha dos bens criados e ao louvor de Deus que fez dele seu colaborador na gestão da natureza e da humanidade.


http://www.capuchinhos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1531:natureza-quaresma-e-vida&catid=133:diversos&Itemid=520