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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Música Espírita

Nós só criamos aquilo o que temos. É assim que Deus nos fez a sua imagem e semelhança. Dessa mesma forma, quando nós criamos através da lide artística, imprimimos na nossa criação a essência do que somos.

Quando escutamos uma música e afirmamos ser essa pertencente a tal ou qual estilo musical, assim o fazemos por acharmos nela, as características que nos remete a esse grupo.

Essas características dão-se pela marcação de tempo, manifestação e utilização de determinados instrumentos e também pela letra. Assim como o pandeiro e o cavaquinho tem forte expressão no samba e a guitarra no Rock’n Roll, não podemos dizer que são exclusivos desses estilos musicais. Da mesma forma que nem toda letra de protesto é de exclusividade do Rap.

Assim, quando aquelas pessoas que, sensibilizadas com a Doutrina Espírita, e por afinidade inspiradas pela espiritualidade maior, há aquilo que classificamos como música espírita. Mas qual sua característica principal? Teria ela alguma sonoridade específica? Para isso, temos que entrar no campo da música religiosa ou Sacra.

A primeira coisa que vem em nossa mente quando pensamos em música espírita é que a letra estará referenciada no Conteúdo Espírita. Mas vale lembrar que uma música instrumental pode ter o mesmo valor e significado que uma música cantada.

A classificação por ritmo ou instrumento musical seria ainda mais difícil pois que diversas músicas são cantadas por corais, e aquelas que acompanham algum instrumento variam em muito de ritmo e sonoridade.

Outro ponto em questão é utilizar-se de músicas declaradamente fora do contexto espírita, mas esse raciocínio quero desenvolver daqui a pouco.

Por fim chegamos à tão esperada questão: O que é Música Espírita?

Para isso, acredito que temos que sair do campo sensorial e partirmos para o campo sentimental, pois creio que seja senso comum que a música espírita deva nos trazer bons sentimentos.

Mas daí entramos em outro questionamento: Como saber o que os outros estão sentindo? Pois bem, a única forma de sabermos é perguntando a eles. E diversas vezes quando perguntamos o que a pessoa sente ao escutar alguma música do João Cabete por exemplo, escutamos respostas como Paz Interior e Bem-Estar.

Não há uma fórmula pronta para que uma música provoque esse efeito benéfico, mas a percepção nos leva a concluir que ruídos muito intensos ou palavreado “Chulo”, não são instrumentos adequados a esse objetivo.

Daí podemos meditar sobre o fato de que, uma música feita fora do contexto espírita, mas que traz a mesma gama de sensações e sentimentos que uma música “espírita” pode perfeitamente ser utilizada, lembrando sempre dos prepostos de Kardec de nos valermos do Bom Senso e da Razão, prepostos esse que devemos utilizar em todos os campos da vida.

Por fim, podemos nos propor a sentir a arte e ao mesmo tempo analisá-la de forma mais aprofundada, chegando assim a conclusões mais ou menos próximas que irão nos guiando nas veredas das manifestações artísticas.